quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Passando a Limpo

Olá, amigos

Segue uma belíssima crônica escrita pela minha amiga, excelente cantora e cronista, Gisela Gold.

abração,

Denilson

Passando a limpo

Perguntou-se no dia seguinte o que ficou. Veio o poema. Esse poema acaba que nem o outro. “ E eu mal sei quando você diz do seu amor”.

Sabia do afeto dela, mas percebeu que não eram mais um. O afeto respirava. Mas a companhia deixava buracos e cinzas pelo ar. A cada frustração, mais uma ligação. Como a terceira barra de chocolate quando não houve ligação..

Não retirava-lhe o apreço. Cada mimo, objetos perfumados de lembrança dados com gosto.

Em que bolso se escondiam as palavras para falar quem ele era quando ela falava tão bem de quem ela gostaria que ele fosse.

Viu abandonado no chão do elevador algo que literalmente elevava a dor. Um texto escrito por anônimo no qual dizia: “Amar o outro não é querer modificá-lo, como achamos q ele nos cai melhor. Amar é apesar de, é admirar o q o outro faz e entender a diferença como algo natural”.

Lembrou de como dava força pras arte dela. Não gostava de todas as pinturas, mas sabia o quanto ela gostava. E pra ele, isso bastava.

Eram amigos. E que mal havia nisso ? No dicionários dos afetos a mais nobre forma de amor.

Talvez assim e só assim o amor sentasse pra jantar com leveza, sem medo do amanhã.

Por gisela gold- www.giselagold.com –giselagold@terra.com.br

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